Diagnóstico

Diagnosis

2.4.4 História de reações alérgicas à PT ou TBST (mas o IGRA pode ser usado)

O teste cutâneo não é aconselhável em pessoas com história de reação alérgica à PT ou TBST. Reações alérgicas à PT (PPD ou equivalente), como erupção cutânea generalizada que ocorre nas primeiras 24 horas, são observadas em menos de 1% das pessoas que fazem o teste (26). Se isso tiver sido bem documentado no passado, é aconselhável evitar a repetição do teste com o mesmo material de tuberculina. Atualmente, não está claro se o uso de um material alternativo de tuberculina seria seguro.

2.4.3 Investigação clínica de adultos para diagnosticar a TB doença ou monitorar a resposta ao tratamento

Os testes para detecção de TB infecção não devem ser usados para o diagnóstico de TB pulmonar ou extrapulmonar nem para a investigação diagnóstica de adultos (inclusive PVHA) com TB doença presumida. Os testes tampouco devem ser usados para fins de rastreamento ou para monitorar a resposta ao tratamento da TB doença ou TB infecção.

2.4.2 Vacinas ou doenças virais concomitantes ou recentes

A testagem para detecção de TB infecção pode resultar em falso-negativo em pessoas com determinadas doenças virais (por exemplo, sarampo) ou vacinadas com vírus vivos (por exemplo, sarampo ou caxumba) nos 30 dias anteriores (23). Isso foi descrito para a PT, mas é biologicamente plausível que haja um efeito semelhante em todos os testes para detecção de TB infecção. Portanto, pode ser apropriado adiar o teste por 30 dias após a infecção ou vacinação. Outra opção, em caso de resultado negativo, é repetir o teste após 30 dias.

2.4.1 Testes anteriores positivos para TB infecção

Se houver documentação de resultado anterior positivo para TB infecção ou tratamento de TB, a repetição do teste para detecção da TB infecção não será útil e não deverá ser feita. Dependendo das circunstâncias, a pessoa pode ser encaminhada para uma nova avaliação médica. No entanto, se o resultado positivo anterior for autorrelatado e não estiver documentado, é recomendável repetir o teste, pois estudos documentaram que o autorrelato de resultados anteriores de testes cutâneos é altamente impreciso (22).

2.3 Quais são as vantagens e desvantagens da testagem para detecção de TB infecção?

A testagem para detecção de TB infecção será benéfica do ponto de vista individual e programático se identificar as pessoas que mais se beneficiarão do TPT. Do ponto de vista programático, os investimentos na capacidade de testagem da TB infecção serão justificados se resultarem em maior eficácia e eficiência no uso de recursos para a oferta do TPT, maior aceitação e aumento da cobertura. Isso inclui não apenas o custo dos medicamentos, mas também os recursos humanos para fazer a avaliação médica, dar início ao tratamento e fazer o seguimento do TPT.

2.2 Risco de doença em pessoas com resultado positivo no teste para detecção de TB infecção

Diversos estudos já identificaram fatores de risco para TB doença em pessoas com resultado positivo ou negativo no teste para detecção de TB infecção; esses fatores de risco podem ser epidemiológicos (por exemplo, contatos), demográficos (por exemplo, idade) ou clínicos (por exemplo, infecção pelo HIV). Recentemente foi realizada uma síntese desses estudos, com a apresentação de estimativas agrupadas de riscos absolutos e relativos, em uma metanálise de dados agregados (6) e em duas grandes metanálises de dados individuais de pacientes (4, 5).

2.1 Quem deve fazer o teste para detecção de TB infecção?

A decisão de aplicar o teste de TB infecção implica a intenção de oferecer TPT. Portanto, o teste de TB infecção deve ser reservado para populações nas quais o risco de desenvolver TB doença seja alto e que serão as mais beneficiadas pelo TPT. A decisão de iniciar o TPT deve sempre considerar o risco de eventos adversos do medicamento, além dos sintomas da TB e do resultado do teste para detecção da TB infecção. O Quadro 2.1 resume os grupos-alvo recomendados pela OMS para o TPT; a testagem não é obrigatória para os grupos 1 a 3.

1.5 Público-alvo

Este manual destina-se a programas de tuberculose e HIV e outros especialistas envolvidos no planejamento e implementação de programas novos ou ampliados para a testagem de TB infecção. Também se destina às pessoas envolvidas em capacitação, monitoramento e supervisão, bem como aos provedores de serviços que realizam esses testes. Os anexos fornecem detalhes adicionais e materiais educativos sobre esses testes para provedores e pacientes.