Links de passagem do livro para 1.3 Objectives of the operational handbook
Este documento fornece orientações práticas sobre como traduzir as recomendações de rastreamento da OMS em uma estratégia nacional ou local com objetivos claros, priorização de grupos de risco e definição das abordagens de rastreamento mais adequadas.
Os objetivos específicos são:
- apoiar os Estados Membros na implementação do rastreamento efetivo da TB, apoiando os formuladores de políticas dos ministérios da saúde na escolha da melhor abordagem para planejar e implementar o rastreamento e a busca ativa de casos, dependendo do contexto;
- fornecer uma base sólida para o desenvolvimento ou atualização de diretrizes nacionais de rastreamento da TB de acordo com a epidemiologia da TB nos diferentes grupos de risco e o sistema de prestação de cuidados de saúde no país; e
- contribuir para a detecção de pessoas com TB que podem não ser detectadas pelas abordagens usuais de busca de casos e detectar casos de TB mais cedo no curso da doença a fim de reduzir a transmissão, a morbimortalidade e as dificuldades financeiras das pessoas que sofrem de TB.
Seis etapas essenciais do ciclo de elaboração e implementação de um programa de rastreamento da TB são discutidas no Capítulo 2: 1) avaliação da situação; 2) definição de metas e objetivos específicos; 3) identificação e priorização de grupos de risco; 4) seleção de algoritmos de rastreamento e diagnóstico; 5) planejamento, orçamentação e implementação; e 6) monitoramento, avaliação e modificação do programa. Essas seis etapas constituem um processo iterativo, que pode levar à revisão da estratégia conforme necessário. O processo deve ser acompanhado durante toda a duração do rastreamento e deve ser integrado às atividades nacionais gerais relacionadas à TB e ao sistema de saúde (Fig. 1.1)
Fig. 1.1 As seis etapas essenciais do ciclo de elaboração e implementação de um programa de rastreamento da TB
O Capítulo 3 descreve em detalhes diferentes ferramentas de rastreamento e seu desempenho em diferentes populações, bem como algoritmos de rastreamento e diagnóstico. A maioria das abordagens propostas neste manual destinam-se à detecção da TB pulmonar, a forma predominante da doença em todo o mundo, que é diretamente transmissível e sobre a qual existem mais evidências. Isso não diminui a importância da TB extrapulmonar como um problema de saúde pública em muitos países e em certas subpopulações (por exemplo, crianças). Cerca de 16% dos casos novos e recidivantes de TB notificados mundialmente em 2019 tinham formas exclusivamente extrapulmonares de TB, o que representa um desafio adicional para a detecção. O rastreamento da TB extrapulmonar é, portanto, uma lacuna importante que carece de pesquisa e orientação. As ferramentas de rastreamento aqui descritas incluem avaliação de sintomas e radiografia de tórax, ambas tradicionalmente usadas para rastreamento da TB, e ferramentas recomendadas mais recentemente, como as tecnologias de detecção auxiliada por computador (CAD) para interpretação automatizada de dados de radiografia digital de tórax; dosagem de proteína C reativa (PCR) para rastreamento de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA); e uso de testes diagnósticos rápidos moleculares para tuberculose recomendados pela OMS (TDRm) para rastreamento. Também são discutidos algoritmos que combinam várias ferramentas de rastreamento e diagnóstico, a fim de otimizar a acurácia e assegurar uma estratégia viável de implementação. Como os algoritmos funcionam de formas diferentes em populações diferentes, foi desenvolvida uma ferramenta on-line, ScreenTB, para auxiliar na priorização de grupos de risco para rastreamento e seleção de algoritmo. Ela também é descrita no Capítulo 3.
Pela primeira vez, pacotes de CAD para interpretação automatizada de imagens de TB obtidas por radiografia digital de tórax estão sendo recomendados para rastreamento pela OMS. O Capítulo 4 dá sugestões sobre a implementação de tecnologias CAD em novos contextos, incluindo a seleção de tecnologias e protocolos de pesquisa operacional para facilitar a implementação. Esse capítulo também descreve uma ferramenta on-line, CAD for TB, para análise e interpretação de dados para calibração de CAD. O Capítulo 5 aborda especificamente o rastreamento da TB em PVHA, descrevendo suas diferentes subpopulações – pacientes ambulatoriais em terapia antirretroviral (TARV), pacientes ambulatoriais recém-inscritos em programas de TARV, pacientes internados com HIV/aids e gestantes vivendo com HIV/aids –, que têm necessidades específicas e para as quais os testes de rastreamento têm desempenhos diferentes. Como são recomendadas novas ferramentas para o rastreamento da TB em PVHA, como CRP e TDRm, dá-se especial atenção à forma como estas ferramentas e os algoritmos associados podem ser integrados aos serviços de HIV, com exames adicionais – como o teste de fluxo lateral para detecção de lipoarabinomanana na urina (LF-LAM) – para pessoas com doença avançada.
O Capítulo 6 aborda fatores operacionais específicos referentes às novas recomendações de rastreamento em crianças, incluindo uma discussão sobre a implementação especificamente para diferentes subpopulações de crianças por faixa etária e população de risco.