Links de passagem do livro para 4.1. Guiding principles for health education and counselling
Com relação aos direitos dos pacientes descritos na Declaração dos direitos das pessoas afetadas pela tuberculose (9), os seguintes princípios orientadores para educação e aconselhamento dos pacientes são especialmente pertinentes:
- o direito de ser tratado com respeito e dignidade;
- o direito à informação; e
- o direito à confidencialidade.
As pessoas têm direito a informações completas e corretas relacionadas à TB e aos riscos e benefícios do tratamento sugerido, explicadas em linguagem simples que os pacientes possam facilmente entender. Se possível, informações por escrito também devem ser compartilhadas. O objetivo do aconselhamento é assegurar que as pessoas entenderam as informações e responder a qualquer pergunta que possam ter. O profissional de saúde também deve corrigir concepções errôneas ou mitos comuns sobre a TB.
A independência e o direito de escolha da pessoa devem ser respeitados. Os profissionais de saúde devem respeitar as escolhas e crenças do paciente e não tomar decisões por ele. Deve-se fazer todo o possível para envolver o paciente na elaboração de um plano de tratamento. A OMS afirma claramente que toda pessoa afetada pela TB tem direito à liberdade e à segurança pessoal, e que a detenção, internação ou isolamento involuntários de uma pessoa com TB constitui privação de liberdade e violação da segurança da pessoa (9). A OMS também define de forma restrita as circunstâncias nas quais esse direito pode ser desconsiderado, mas deixa claro que isso deve ser feito pelo período mais curto possível e seguindo diretrizes rigorosas.
A Seção 2 sobre a abordagem centrada nas pessoas descreveu como as pessoas afetadas pela TB podem enfrentar estigma, preconceito ou discriminação por parte da comunidade e dos profissionais de saúde. Deve-se fazer todo o possível para proteger as pessoas contra a discriminação e para envolvê-las da maneira mais inclusiva possível. Elas devem ser tratadas com respeito e dignidade, independente de idade, gênero, situação financeira, situação social, religião, sexualidade ou qualquer outro fator. Para reduzir o estigma e a discriminação, deve-se lembrar aos pacientes que a TB não é resultado de um comportamento errado e que a maioria das pessoas se recupera completamente após a conclusão do tratamento.
Pessoas com TB devem contar com privacidade pessoal e confidencialidade. É importante que sejam atendidas em um espaço privativo para o aconselhamento em saúde. É preciso assegurá-las de que as informações sobre seus cuidados serão mantidas em sigilo e não serão compartilhadas com outra pessoa sem a sua permissão. Outros membros da família só devem ser convidados a participar da discussão após receberem a permissão do paciente.