3.1.1 Apoio informativo e educacional

Esse apoio inclui todas as informações necessárias para ajudar os pacientes e seus cuidadores a entender a TB, inclusive os determinantes biológicos e sociais da doença, e para chegar a um acordo sobre as etapas para seguir o plano de tratamento e participar das atividades locais de envolvimento das comunidades na resposta à TB. A título de exemplo, o guia Standardized package of community-based support services to improve TB outcomes descreve detalhadamente muitos dos possíveis serviços de apoio à adesão (19). O fornecimento de informações e educação deve começar assim que o diagnóstico for feito e deve continuar durante todo o período do tratamento. A informação e a educação do paciente ocorrem ao longo de várias consultas com diferentes profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde. Os materiais devem ser adequados ao nível de letramento do paciente, devem estar disponíveis nos idiomas locais e devem ser sensíveis ao gênero, à idade e à cultura. Panfletos informativos e educativos com lembretes dos pontos principais, no idioma local, são úteis. Para pacientes com limitações de letramento, deve haver esforços para usar ferramentas de saúde eletrônica baseadas em suporte de áudio ou vídeo.

Os pacientes também devem receber material para ajudá-los a entender seus direitos em seu idioma local (9, 10). A Carta dos Pacientes para a Atenção à Tuberculose também descreve as responsabilidades dos pacientes; além disso, ajudará os profissionais a educarem os pacientes sobre a doença, o tratamento e a resposta geral do governo e da sociedade civil à epidemia de TB.

O PNCT e todos os provedores de serviços de saúde devem usar métodos para “comunicar-se” (e não simplesmente “falar”) com os pacientes e seus cuidadores de forma a criar uma parceria positiva para melhorar a qualidade de vida e a conclusão do tratamento com sucesso. Para pacientes com limitações de letramento, devem ser usadas ferramentas de saúde eletrônica baseadas em suporte de áudio ou vídeo.

Embora a implementação de um tratamento de alta qualidade e centrado no paciente para a tuberculose, conforme descrito nas Normas Internacionais de Atenção à Tuberculose (1), muitas vezes requeira mais tempo dos profissionais de saúde, muito pode ser alcançado com mudanças simples nas atitudes e na linguagem usadas pelos profissionais de saúde e com a comunicação de informações essenciais sobre a doença.

A abordagem ética e centrada na pessoa da Estratégia pelo Fim da TB deve se refletir também na linguagem usada por todas as partes interessadas em TB, inclusive os profissionais de saúde. A linguagem é um método bem conhecido de exercer poder e controle. Palavras como “abandono terapêutico”, “suspeito” e “controle” contribuem para tirar o poder dos pacientes de TB, apesar das boas intenções dos profissionais de saúde. Não é incomum encontrar expressões como “o paciente falhou no tratamento”, o que coloca a culpa apenas no paciente, como se ele fosse o único responsável pela falha do tratamento. A OMS recomendou substituir esse tipo de linguagem por palavras que respeitem mais os pacientes e reflitam melhor os valores da abordagem de cuidado centrado no paciente, que hoje em dia é amplamente aceita na comunidade de TB. Alguns exemplos incluem a substituição de “abandono terapêutico” por “perda de seguimento”, “suspeito de TB” por “pessoa com suspeita de TB” ou “pessoa a ser avaliada para detecção da TB”; e “controle” por “prevenção e atenção”. Este manual e os futuros documentos da OMS sobre TB estão levando em conta essa sugestão para evitar tons depreciativos e preconceituosos na linguagem usada com os pacientes e na prevenção, diagnóstico, tratamento e atenção relacionados à TB (20). Para obter mais detalhes, consulte a Seção 4.2 sobre Habilidades de comunicação efetiva e a Seção 4.3 sobre Aconselhamento para fornecer informações.

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