3.2 Composição e duração do esquema 2RHZE/4RH

As diretrizes da OMS recomendam tratar as pessoas com TB-S com um esquema de 6 meses composto por quatro medicamentos de primeira linha: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (1). O esquema consiste em uma associação desses quatro medicamentos (RHZE) durante 2 meses, seguida de rifampicina e isoniazida (RH) durante 4 meses, em administração diária. Em crianças (geralmente definidas como menores de 10 anos) em locais com alta prevalência de resistência à isoniazida ou infecção por HIV, ou ainda em CVHA, deve-se usar etambutol nos 2 primeiros meses de tratamento; em todas as outras situações, pode-se omitir o etambutol, o que dá lugar ao esquema 2RHZ/4RH (20).

De modo geral, a OMS não recomenda o prolongamento do esquema por mais de 6 meses (1), pois há evidências de que isso não aumenta significantemente a eficácia. Os dois primeiros meses de tratamento, nos quais se usam quatro fármacos, costumam ser suficientes para que a intensa atividade bactericida desse esquema seja efetiva. Assim, se o resultado de uma ou mais baciloscopias continuar positivo depois de 2 meses, isso costuma indicar a presença de bacilos mortos; entretanto, em alguns casos, o motivo pode ser uma resistência não detectada a um ou mais fármacos. Se não houver melhora clínica e radiológica do paciente e houver suspeita de farmacorresistência ou possível falência ao tratamento, deve-se realizar de imediato um teste rápido para descartar essas possibilidades, além de cultura e TS, para fundamentar eventuais ajustes da estratégia de tratamento (22).

Foram realizadas revisões sistemáticas sobre a posologia dos medicamentos de primeira linha (rifampicina, isoniazida, etambutol e pirazinamida) usados no tratamento da TB sensível em adultos e crianças. A conclusão foi que as doses de rifampicina, isoniazida, etambutol e pirazinamida preconizadas pela OMS continuam válidas para adultos e crianças (anexos 1 e 2 on-line).

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