Links de passagem do livro para 2.4 Identifying and prioritizing risk groups
Os grupos de risco incluem grupos com alto risco de exposição à TB ou de evolução para TB doença ou que tenham acesso limitado aos serviços de TB. Os seguintes grupos de risco devem sempre ser submetidos ao rastreamento sistemático da TB:
- contatos domiciliares e contatos próximos de pessoas com TB,
- pessoas vivendo com HIV/aids,
- pessoas expostas à sílica (sobretudo alguns mineradores) e
- pessoas privadas de liberdade e em ambientes prisionais.
Para esses quatro grupos de risco, o foco deve ser a forma de fazer o rastreamento e a qualidade do rastreamento, e não a realização ou não do rastreamento. A avaliação deve incluir o tamanho e distribuição do grupo, a carga de TB no grupo, a experiência de rastreamento passada e atual e quaisquer outras considerações e desafios a serem abordados para otimizar o rastreamento.
Outros grupos de risco (Tabela 2.3) devem ser priorizados para o rastreamento de acordo com a epidemiologia local e as metas e objetivos do rastreamento. O rastreamento sistemático da TB doença em crianças é complicado, uma vez que tanto o rastreamento como as ferramentas de diagnóstico têm menor acurácia nas crianças do que em adultos; portanto, existe um risco maior de que seja necessário um grande número de testes diagnósticos e de haver um grande número de casos falso-positivos, que iniciarão o tratamento da TB desnecessariamente. Em princípio, apenas as crianças que sejam contatos próximos de uma pessoa com TB e as crianças vivendo com HIV/aids devem ser incluídas no rastreamento sistemático da TB. Outras crianças, inclusive crianças desnutridas e internamente deslocadas, devem ser avaliadas de acordo com algoritmos de diagnóstico de TB pediátrica como parte do manejo clínico padrão. Como a TB pode ocorrer em contatos expostos há 2 anos ou mais, a investigação de contatos pode ter de ser prolongada para além de pacientes-índice recém-diagnosticados com TB.
Tabela 2.3 Grupos de risco adicionais a serem considerados para o rastreamento da TB
O rastreamento deve ser planejado de modo a chegar às pessoas com maior risco de TB, incluindo grupos de alto risco e comunidades com elevada prevalência de TB; o rastreamento em massa indiscriminado, independentemente do risco, deve ser evitado. Os grupos de risco devem ser priorizados para rastreamento após uma avaliação dos potenciais benefícios e malefícios em relação aos custos. O rastreamento oferece benefícios para a pessoa (vide 2.4.1), mas também pode ser um risco e causar prejuízos (vide 2.4.2). Os benefícios do rastreamento também podem ser constatados em nível populacional, na forma de redução da prevalência e da transmissão (vide 2.4.3). O equilíbrio entre benefícios e custos é ainda determinado pelo rendimento potencial total (vide 2.4.4), pelo NNR para detectar um caso verdadeiro de TB (vide 2.4.5), pela viabilidade da iniciativa e pela aceitabilidade do rastreamento para o grupo (vide 2.2.2).
A priorização também pode depender do agente responsável pelo rastreamento. Por exemplo, um programa nacional de controle da TB sob os auspícios do ministério da saúde pode ter mandatos, prioridades e recursos diferentes dos de serviços de saúde quando geridos pelo ministério da justiça, ministério do trabalho, uma autoridade de imigração, uma organização não governamental, um estabelecimento privado de saúde ou um empregador.
Foi desenvolvida uma ferramenta para auxiliar na priorização de grupos de risco para rastreamento, com estimativas do potencial número de resultados verdadeiro-positivos e falso-positivos de TB e do custo do rastreamento, de acordo com o(s) grupo(s)-alvo de risco e o(s) algoritmo(s) de rastreamento usado(s) (vide 3.3).