Opinião
Etapa 4.1 – Desenvolvimento e implantação de um currículo e estratégia de capacitação
Um programa de TPT de alta qualidade requer funcionários qualificados para a realização dos testes. A equipe clínica precisa de capacitação em todas as etapas da cascata de cuidados, incluindo maneiras de identificar as populações-alvo elegíveis para o TPT, oferecer aconselhamento e educar pacientes, realizar e interpretar testes para detecção de TB infecção, coletar e transportar amostras de sangue para IGRA e realizar avaliação médica e radiografia de tórax para determinar a elegibilidade para o tratamento após o teste. Para os países que adotarem o IGRA, será necessária capacitação adicional nas tarefas laboratoriais; da mesma forma, os profissionais de saúde em campo precisarão receber capacitação em testes cutâneos e na leitura das reações dos testes.
O GTT e os programas nacionais precisam estabelecer recomendações claras para definir os grupos prioritários para testagem (e tratamento), os métodos e técnicas para os testes, a interpretação dos resultados dos testes e as etapas subsequentes aos testes. É útil dispor de material educativo desenvolvido no idioma local para a equipe de saúde e os pacientes (59); há exemplos disponíveis on-line (44, 64).
No caso dos testes cutâneos de TB infecção, é fundamental capacitar os enfermeiros na injeção e na leitura da enduração. Protocolos simples de capacitação (57) e o uso de tecnologias móveis para realizar a capacitação e o CQ dos testes cutâneos (45) podem facilitar a popularização desses testes, mesmo em locais remotos. Há material de capacitação prática disponíveis em vários idiomas; exemplos incluem injeção (43) e leitura dos resultados (65).
Conforme discutido na Área 8, é necessário um CQ rigoroso e avaliação da qualidade da competência dos recursos humanos. As ferramentas digitais (conforme exemplificado na Área 7) podem indicar quais áreas de capacitação precisam ser reforçadas.
Etapa 4.2 – Sensibilização da equipe de saúde sobre a importância de um programa de TPT
A sensibilização da equipe de saúde sobre a importância do gerenciamento programático do TPT a fim de reduzir a morbimortalidade da TB é fundamental para aumentar a aceitação e promover a adoção do teste para detecção de TB infecção. Tanto o TPT quanto a testagem para detecção de TB infecção devem ser partes integrantes da capacitação nas diretrizes nacionais (58, 59). Além disso, a interação com associações profissionais de médicos e enfermeiros e a organização de programas de educação médica continuada podem ser necessárias quando a intervenção de testagem for introduzida. O uso de módulos de aprendizagem eletrônica pode ajudar a acelerar a cascata de capacitação. A orientação contínua durante reuniões de revisão e visitas de campo dos gerentes de programas e supervisores de campo também é crucial para assegurar a qualidade da implementação de todas as atividades ao longo da cascata de cuidados.
Etapa 4.3 – Avaliação e documentação da competência da equipe
Para testes cutâneos de TB infecção, a avaliação da competência da equipe deve fazer parte de um processo cíclico de controle e avaliação da qualidade. Isso pode ser feito pessoalmente ou à distância (consulte a Área 8). Nesse último caso, a capacitação e o CQ podem ser realizados com a ajuda de tecnologias digitais (45) (consulte a Área 8). As intervenções devem ser realizadas quando apropriado, com uma reavaliação posterior. No caso dos IGRAs, o CQ e a avaliação da qualidade devem seguir procedimentos laboratoriais padrão (consulte a Área 8). No entanto, a competência da equipe para realizar todas as etapas da cascata de cuidados deve ser avaliada, e cursos de reciclagem devem ser oferecidos quando necessário.