OpiniãoUm plano de monitoramento e avaliação deve fazer parte de qualquer programa de rastreamento. As condições gerais e específicas para a suspensão do rastreamento de um dado grupo de risco devem ser estabelecidas desde o início – por exemplo, relacionadas ao rendimento, à contribuição para a detecção global de casos, à melhoria da iniciação e dos desfechos do tratamento, ao custo por caso detectado ou alguma combinação desses fatores. É preciso escolher indicadores e criar formulários digitais para a coleta de dados, ou adaptar formulários existentes aos objetivos específicos e às condições locais. Para monitorar o rendimento e o NNR para cada grupo de risco específico, deve ser desenvolvido um sistema de informações apropriado para gerar dados sobre o número de pessoas diagnosticadas com TB em relação ao número de pessoas abordadas, rastreadas e testadas. Essas informações devem ser avaliadas periodicamente, e a combinação de abordagens deve ser ajustada conforme necessário.
A epidemiologia geral da TB, a importância dos diferentes grupos de risco e a epidemiologia da TB em cada grupo podem mudar ao longo do tempo, e a priorização do rastreamento terá de ser devidamente adaptada. Como alguns membros de uma determinada população de risco acabarão por receber um diagnóstico por meio do itinerário iniciado por pacientes se não fizerem o rastreamento, é interessante avaliar o impacto do rastreamento de um determinado grupo no número global de notificações adicionais em uma unidade administrativa básica maior ou em um grupo de unidades administrativas básicas. Isso exigirá uma análise das tendências de notificação, de preferência com comparações com áreas-controle.
É importante também avaliar se o rastreamento está simplesmente concentrando a busca de casos em alguns poucos estabelecimentos de saúde, o que pode ocorrer se uma intervenção específica for considerada benéfica e essa informação se espalhar pela comunidade. Isso pode resultar em aumento das notificações em uma área e redução das notificações em outra.
Como um dos objetivos do rastreamento é a detecção precoce, pode ser útil medir atrasos no diagnóstico e no tratamento, o que exigirá inquéritos especiais. Porém, os desfechos do tratamento e as taxas de mortalidade entre os casos detectados de pacientes com TB podem ser capturados e avaliados mais facilmente.