5.4 Subgrupos

5.4.1 Subgrupos nos quais o esquema é recomendado

Crianças com TB ganglionar periférica

Embora o número de crianças com TB ganglionar periférica no estudo SHINE fosse pequeno (N=19 no braço de 16 semanas e N=21 no braço de 24 semanas), não houve diferença na proporção de desfechos desfavoráveis entre os dois braços. O estudo SHINE também constatou que 16 semanas de tratamento não eram inferiores a 24 semanas de tratamento em crianças com doença ganglionar periférica e doença pulmonar (N=182 no braço de 16 semanas e N=171 no braço de 24 semanas). Esses resultados podem tranquilizar os médicos ante uma resposta clínica aparentemente tardia ao tratamento da TB, algo frequentemente observado em crianças com TB ganglionar periférica (na qual a linfonodomegalia persiste mesmo após o tratamento).

Crianças e adolescentes vivendo com HIV/aids

Crianças e adolescentes vivendo com HIV/aids cumpriam os requisitos para inclusão no estudo SHINE; 65 (11%) CAVHA foram incluídos no braço de 16 semanas e 62 (10%), no braço de 24 semanas; 49% de CAVHA no braço de 16 semanas e 43% no braço de 24 semanas estavam recebendo TARV por ocasião da inclusão no estudo. Em cada braço de CAVHA, 20% dos participantes tinham contagem de linfócitos T CD4+ inferior a 200 células/mm³, e 51% de CAVHA no braço de 16 semanas e 63% no braço de 24 semanas eram casos “graves” de acordo com a classificação imunológica da OMS para infecção por HIV estabelecida (33). Nesse subgrupo, mais uma vez, o esquema de 16 semanas não foi inferior ao esquema de 24 semanas, embora com um amplo intervalo de confiança (IC) de 95% da diferença da taxa de resultados desfavoráveis em relação ao braço controle (diferença de risco –4,3, IC de 95%: –14,9 a 6,2).

Dependendo do grau de imunodepressão, da situação da TARV e da presença de outras infecções oportunistas, os médicos podem cogitar a possibilidade de tratar CAVHA com TB não grave por 4 meses (34). É necessário o monitoramento rigoroso dessas crianças e adolescentes, principalmente ao fim dos 4 meses de tratamento, com prolongamento do tratamento para 6 meses se não houver melhora suficiente.

5.4.2 Subgrupos nos quais o esquema não é recomendado

Crianças com desnutrição aguda grave

No estudo SHINE, não foi possível fazer uma análise separada do subgrupo de crianças com desnutrição aguda grave (DAG)¹⁴ em razão de seu pequeno número (30 crianças com DAG no braço de 16 semanas e 33 no braço de 24 semanas). Como a DAG é considerada um sinal de perigo, mesmo que essas crianças não tenham uma forma grave de TB, é preferível que recebam 6 meses de tratamento de TB.

14 Definida como escore Z da relação entre peso e altura inferior a –3 ou perímetro braquial inferior a 115 mm (33).

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